Quando abordamos o Transtorno do Espectro Autista (TEA), nos deparamos com um momento repleto de incertezas ao identificar os primeiros sinais, as dificuldades iniciais e, por vezes, regressões em habilidades. Esta descrição é direcionada àqueles que estão enfrentando o desafio do diagnóstico ou que já o enfrentaram, adentrando ao vasto universo das terapias disponíveis.
O autismo é uma condição que impacta o neurodesenvolvimento, influenciando a formação de conexões cerebrais. Esse desenvolvimento neuronal tende a ser atípico em pessoas neurodivergentes, que possuem um funcionamento cerebral distinto do considerado “típico”. O DSM-V descreve o autismo como uma deficiência que engloba dificuldades na comunicação, interação social e padrões repetitivos e/ou restritos de comportamento. Esses aspectos devem estar presentes precocemente, mesmo que não diagnosticados na primeira infância, causando prejuízos pessoais e sociais que não podem ser atribuídos a deficiência intelectual ou atraso global no desenvolvimento.
Diante dessa contextualização, é essencial compreender que o autismo é uma condição do neurodesenvolvimento, não uma doença. Portanto, a cura para o autismo não é uma realidade, pois uma pessoa com autismo não precisa, nem deve, ser “curada”. Isso não significa, contudo, que essas pessoas não necessitam de suporte. Muitas delas requerem adaptações ambientais e apoio de pessoas próximas, como pais, cuidadores, profissionais de saúde, amigos e familiares. É fundamental ressaltar que o autismo não é algo a ser “curado”, mas sim compreendido e apoiado, vislumbrando um amplo horizonte de desenvolvimento.
A ausência de uma “cura” específica, bem como a falta de causas atribuíveis a variáveis como exposição a telas, vacinas ou distanciamento mãe-bebê na primeira infância, tornam o diagnóstico do TEA desafiador. Apesar disso, é possível perceber os sinais do autismo, o que ressalta a importância de avaliações interdisciplinares para o rastreamento e direcionamento para as terapias mais adequadas.
As terapias indicadas para pessoas com autismo variam, uma vez que cada indivíduo apresenta suas especificidades e demandas únicas. Assim, o objetivo dessas terapias não é a “cura”, mas sim a promoção da autonomia, independência e qualidade de vida. Elas visam construir ambientes que estimulem tais habilidades, adaptando materiais, rotinas e formatos de comunicação de acordo com as necessidades individuais.
Portanto, é fundamental compreender que assim como cada pessoa é única, cada intervenção também o é. O foco principal das terapias é promover a autonomia, independência e qualidade de vida, afastando-se da ideia de “cura” e aproximando-se de um processo de desenvolvimento individualizado, respeitando as características e potenciais de cada indivíduo autista.